Por Patrícia Gebrim
Hoje acordei pensando:
- Por que é tão difícil fazer
escolhas?
Pense naqueles momentos da sua
vida em que você se viu parado em frente a uma bifurcação, completamente
confuso, sem saber que caminho seguir. Você olha para um lado, para o outro, e
por mais que se esforce, simplesmente não sabe o que fazer. Bem, a minha
pergunta é:
- Como você se sente em momentos
assim?
Em geral, nos sentimos confusos,
amedrontados, angustiados, pressionados. Ficar parado não ajuda em nada. A vida
em nós nos impulsiona ao movimento, quer que nos movamos, e nos faz sentir isso
em cada átomo de nossos corpos.
- Você já pensou que cada célula
do seu corpo é feita de átomos que se movem o tempo todo? E esses átomos ficam
gritando dentro de nós: - MOVA-SE!!!!
Ouvir esse grito, no entanto, só
gera mais angústia, e de repente nossos pés parecem um par de halteres feitos
de chumbo, pesando 200 quilos e fortemente grudados no chão. Por que tem que
ser tão difícil assim? O que nos aprisiona tanto?
Uma das razões pelas quais temos
tanta dificuldade com as escolhas, é porque nos identificamos com a Criança que
existe em nós. “E QUEM DISSE QUE A CRIANÇA QUER ESCOLHER ALGUMA COISA?” A
Criança em nós não quer abrir mão de nada, a criança em nós acredita que pode
ter tudo. A criança em nós faz com que sempre pensemos que vamos perder algo
com nossa escolha e cruza os braços, com cara de emburrada, sem dar um único
passo em direção alguma. Além disso, a criança não quer crescer. E escolher
significa arcar com as consequências dessa escolha, não é? Então, para a
criança é muito mais fácil não escolher e responsabilizar os outros ou o mundo
pela sua infelicidade.
Outra razão que nos mantêm
paralisados está relacionada à nossa exigência de perfeição. Queremos tanto
“fazer as coisas direito”, queremos tanto acertar, que não suportamos a
possibilidade de correr o risco, de acabar fazendo a escolha errada. TEMOS
MUITO MEDO DE ERRAR.
Mas será que existe a escolha
certa e a escolha errada? Na verdade, de uma perspectiva mais ampla, toda
escolha é a escolha certa. Quer ver? Não importa o que você escolha, esse
movimento irá colocar em andamento uma cadeia de fatos e consequências que com
certeza o fará aprender, e muito, a respeito do que escolheu. Logo, não importa
para onde direcionemos nossos passos, aprenderemos muito nesse caminhar. E não
é isso o que estamos fazendo aqui? Não estamos aqui para aprender, para
crescer? Para evoluirmos como seres humanos, como almas?
Penso que é um engano acreditar
que estamos aqui para obter um “diploma de bom comportamento” no final da vida.
Estamos aqui para viver experiências e aprender com elas. É claro que algumas
experiências são mais agradáveis e menos doloridas do que outras. E é claro que
quanto mais consciente e sábia for uma pessoa, mais saberá escolher essas
experiências. Mas AINDA estamos aprendendo, o que precisa incluir espaço para
erros, desvios e retornos.
Diante de tudo isso, o que
acontece é que muitas pessoas acabam optando por não escolher, como se assim
pudessem resolver magicamente as coisas. Ficam esperando que “algo” aconteça,
ficam esperando a fada madrinha com varinha de condão ou a fadinha com seu pó
de “pir-lim-pim-pim”.
No entanto, “não escolher” também
é uma escolha. Uma escolha muitas vezes inconsciente. Uma escolha que traz
tantas consequências quanto qualquer outra escolha. Pense numa pessoa que tenha
um emprego que a deixe infeliz e simplesmente se recuse a pensar no assunto.
Simplesmente não escolhe nada e vai deixando as coisas seguirem por si. Ou em
alguém infeliz no casamento, que fica esperando que o outro faça algo a
respeito. A verdade é que, queiram ou não, a vida dessas pessoas está sendo
afetada por sua atitude. Os dias vão passando. Meses. Às vezes anos. E ao final
essas pessoas vão ter que perceber que “escolheram” isso. Escolheram não
reagir, não arriscar, não lutar, não mudar. Escolheram essa paralisia.
Acreditem, toda vez que nos
recusamos a seguir com a vida, morremos um pouco.
É claro que em algumas situações
precisamos parar um pouco antes de escolher, pois as escolhas são como frutos,
que precisam amadurecer antes de ser colhidos! Mas estou falando dos frutos que
deixamos amadurecer demais, até apodrecer. E lá se vai a oportunidade de provar
o doce sabor da vida!
Muitas vezes nos sentimos
cansados de tanto pensar em que caminho seguir. Eu sei que você já deve ter
sentido isso um dia. Pensamos e pensamos. Medimos, avaliamos, traçamos planos
mentais. E continuamos fazendo isso até a exaustão. UFA!
Eu vou lhe dizer uma coisa. Por
mais que você se esforce, você NUNCA TERÁ CERTEZA DE QUE ESTÁ FAZENDO A ESCOLHA
CORRETA! (escolhas corretas nem existem, lembra?). Logo, é preciso que você
compreenda que basta você fazer o seu melhor. Depois que você já tiver avaliado
a situação “mil” vezes, sente-se em silêncio, acalme sua mente, e tente
simplesmente sentir dentro de você o caminho a seguir. Simples assim. Se você
conseguir entrar nesse espaço silencioso, terá uma sensação que lhe dirá: “Vá
naquela direção!”.
Todos nós temos uma espécie de
bússola interna que sempre nos diz para onde ir. Mas é muito difícil encontrar
essa bússola em meio a tantos pensamentos... É preciso que você diminua o
ritmo. Pare. Ouça a si mesmo. Busque a sabedoria que existe em você e vá!
Arrisque.
Pergunte-se:
- O que eu faria se não tivesse medo?
- O que eu faria se tivesse a certeza absoluta de que
qualquer escolha me faria feliz e não prejudicaria ninguém?
- O que eu faria se não me importasse com o que os outros
pensam de mim?
- O que eu faria se fosse livre?
- O que eu faria se acreditasse na minha sabedoria?
Pergunte-se e mova-se!
A vida é curta e não vai sentar a
seu lado esperando por você.
[Imagem Google]
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