Na onda
das vicissitudes deste mundo, quando em vez de caminhar por terra, tens a
impressão de ser agitado entre as marolas e as tempestades, não tires os olhos
do resplendor desta estrela, se não queres que te traguem as ondas… Olha a
estrela, invoca Maria… Se o orgulho, a ambição, o ciúme te arrastam nas vagas…
Olha a estrela, invoca Maria… Se a raiva ou a avareza, se os sortilégios da
carne balançam, abalam a barca de tua alma, olha para Maria.
Se a
segues, não te equivocarás de caminho… Se ela te protege, não terás medo; se
ela te guia, não te cansarás, se ela te é propícia, chegarás à meta.
Se fores
arremessado pelas ondas da soberba, da ambição, da murmuração e da inveja, olha
para a estrela, invoca Maria. Se a ira, a avareza ou as atrações da carne
sacudirem a barquinha da alma, olha para Maria. Se, perturbado pela enormidade
do pecado, cheio de confusão pela fealdade da consciência, cheio de medo pelo
horror do juízo, começares a ser devorado pelos abismos da tristeza e do
desespero, pensa em Maria. Nos perigos, nas aflições, nas incertezas, pensa em
Maria, invoca Maria. Que ela não se afaste dos teus lábios nem do teu coração;
e para obter o auxílio da sua oração, nunca deixes o exemplo da sua vida. Se a
segues, não te podes perder; se a invocas, não podes desesperar; se pensas
nela, é certo que não poderás te enganar. Se ela te ampara, não cais; se te
protege, não tens o que temer; se te guia, não te cansas; se te é propícia,
chegas ao fim…
Por São Bernardo de Claraval (“Homilia super
Missus est”, II, 17).
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