Diz um autor
russo, Pavel Florenskij, que “a
verdade manifestada é o amor. O amor realizado é a beleza”. Esta
frase diz-nos de um modo muito condensado que a beleza está profundamente
ligada à natureza de Deus. Como nos diz São João, “Deus é amor” e o amor
manifesta-se como beleza.
[...]
Somos
convidados a fazer da nossa vida um lugar de beleza, um lugar de espanto pelas
maravilhas que o Senhor, o “Pastor Belo”, nos dá de graça a cada passo da nossa vida.
“Tarde te
amei, ó beleza tão antiga e tão nova”, diz Santo Agostinho, que faz uma
profunda reflexão sobre a beleza e conclui que a razão de ser da alegria
perfeita, do amor, do saborear profundo da vida, da união entre todos nós, numa
palavra, de toda a beleza, é só Deus. Tudo o que existe vem de Deus Trino e é
atraído por Ele. “Na Trindade encontra-se a fonte suprema de todas as coisas, a
beleza perfeita, a alegria completa”. É esta beleza que nos atrai e nos inspira
a fazermos o movimento de saída de nós em direção ao Pai.
A beleza verdadeira
é aquela que nos atrai e faz passar das criaturas ao Criador, dos dons de Deus
ao Deus de todos os dons, faz-nos ir “para além” do aqui e agora e atrai-nos
para a nossa realidade mais profunda e completa, que é o abraço definitivo do
Pai, a contemplação de Deus, o encontro amoroso que faz de nós filhos muito
amados. A verdadeira beleza é aquela de um coração pacificado e encontrado.
Esta brota da graça de Deus, morto e ressuscitado por cada um de nós.
(Marco
Cunha, s.j.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário