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terça-feira, 30 de julho de 2019

A vontade de Deus nas provações da vida


“Assim também aqueles que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas ao Criador fiel, praticando o bem” (1Pd 4,19)
Um dos momentos mais oportunos para fazermos bem a vontade de Deus é quando as provações, as cruzes da vida nos atingem. Se Deus permite que isso aconteça, certamente Ele saberá usá-las para o nosso bem e nos fortalecer para o combate espiritual. Por isso, os apóstolos sempre estimularam os fiéis a enfrentá-las com coragem. São Pedro diz:
“Caríssimos, não vos perturbeis no fogo da provação, como se vos acontecesse alguma coisa extraordinária. Pelo contrário, alegrai-vos em ser participantes dos sofrimentos de Cristo (…)” (1Pd 4,12).
E ele ensina que a provação nos levará à perfeição:
“O Deus de toda graça, que vos chamou em Cristo à sua eterna glória, depois que tiverdes padecido um pouco, vos aperfeiçoará, vos tornará inabaláveis, vós fortificará” (1Pd 5,10).
É importante confiar em Deus na hora do sofrimento e não se deixar perturbar no fogo da provação. Não se exasperar, não perder a paz e a calma, pois é exatamente isto que o tentador deseja. Uma alma agitada fica a seu bel-prazer. Não consegue rezar, fica irritada, mal-humorada, triste, indelicada com os outros, e acaba deprimida.
O antídoto contra tudo isso é a humilde aceitação da vontade de Deus no exato momento em que algo desagradável nos ocorre, dando, de imediato, glória a Deus, como São Paulo ensina:
“Em todas as circunstâncias dai graças, pois esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus” (1Ts 5,16). Pois, “tudo concorre para o bem dos que amam a Deus” (Rm 8,28).
É preciso fazer esse grande e difícil exercício de dar glória a Deus na adversidade. Uma maneira simples é ficar glorificando a Deus, rezando muitas vezes o “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo (…)”, até que a alma se acalme e se abandone aos cuidados de Deus.
Essa atitude muito agrada a Deus, pois é a expressão da fé pura de quem se abandona aos seus cuidados. É como a fé de Maria e de Abraão que “esperaram contra toda a esperança” (Hb 11,17-19) e assim, agradaram a Deus sobremaneira.
Há ocasiões na vida que parece impossível uma solução para o problema; é exatamente nesta hora, quando tudo falha, que Deus age quando temos fé.
[...]
Jó agradou muito a Deus porque no meio de todas as provações, tendo perdido todos os seus bens e todos os seus filhos, ainda assim soube dizer com fé:
“Nu sai do ventre da minha mãe, nu voltarei. O Senhor deu, o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1,21).
Afirmam os santos que vale mais um “bendito seja Deus!” pronunciado com o coração, no meio do fogo da provação, do que mil atos de ação de graças quando tudo vai bem.
O Jardineiro divino da nossa alma sabe os métodos que deve empregar para limpar cada alma. Não se assuste com as podas que o divino Jardineiro fizer no jardim de tua alma. Santa Teresa diz que ouviu Jesus dizer-lhe:
“Fica sabendo que as pessoas mais queridas de meu Pai são as que são mais afligidas com os maiores sofrimentos”.
E por isso afirmava que não trocaria os seus sofrimentos por todos os tesouros do mundo. Tinha a certeza de que Deus a santificava pelas provações. A santa chegou a dizer que “quando alguém faz algum bem a Deus, o Senhor lhe paga com alguma cruz”.
Para nós essas palavras parecem um absurdo, mas não para os santos, que conheceram todo o poder salvífico e santificador do sofrimento. São Paulo disse que:
“As nossas tribulações de momento são leves e nos preparam um peso de glória eterna” (2Cor 4,17). Aprendamos com eles. Lutemos pela santidade!

(Retirado do livro: “Como Fazer a Vontade de Deus?”. Prof. Felipe Aquino. Ed. Cléofas)

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