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domingo, 1 de março de 2020

O que amo quando amo o meu Deus?



“Estou seguro, Senhor, de que te amo; disso não tenho dúvidas. Tocaste-me o coração com a tua palavra, e comecei a amar-te. O céu, a terra e tudo que neles existe dizem-me por toda parte que te ame, e não cessam de repeti-lo a todos os homens, “de modo que eles não têm desculpa” (Rm 1,20). Terás compaixão mais profunda de quem já te compadeceste, e usarás de misericórdia para quem já foste misericordioso. (Rm 9,15) De outra forma, o céu e a terra pronunciariam teus louvores a surdos.
Mas, que amo eu quando te amo?...”
(Santo Agostinho - Conf. X, 6 e 7)

“Mas, que amo eu quando te amo? Não uma beleza corporal ou uma graça transitória, nem o esplendor da luz, tão cara a meus olhos, nem as doces melodias de variadas cantilenas, nem o suave odor das flores, dos unguentos, dos aromas, nem o maná ou o mel, nem os membros tão suscetíveis às carícias carnais. Nada disso eu amo, quando amo o meu Deus. E contudo, amo a luz, a voz, o perfume, o alimento e o abraço, quando amo o meu Deus: a luz, a voz, o odor, o alimento, o abraço do homem interior que habita em mim, onde para a minha alma brilha uma luz que nenhum espaço contém, onde ressoa uma voz que o tempo não destrói, de onde exala um perfume que o vento não dissipa, onde se saboreia uma comida que o apetite não diminui, onde se estabelece um contato que a sociedade não desfaz. Eis o que amo quando amo o meu Deus.”
(Santo Agostinho - Conf. X, 6)

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