Diante
da necessidade de corrigir e reequilibrar a relação da humanidade com a
criação, há duas atitudes que nos ajudam a encontrar o caminho justo: a
contemplação e o cuidado da casa comum. Todas as formas de vida estão
interconectadas e, por isso, os abusos contra a nossa casa comum são um pecado
grave que causa danos e doenças. A contemplação é um antídoto contra uma visão
que enxerga a criação como um mero “recurso” e nos coloca como dominadores
absolutos de todas as criaturas, fruto de uma visão distorcida da Sagrada
Escritura e de um antropocentrismo desequilibrado e soberbo, que acabam por
arruinar a harmonia do desígnio divino. A contemplação nos faz sentir chamados
a cuidar da criação, reconhecendo que somos parte dela e que as criaturas
possuem um valor intrínseco conferido por Deus. Neste sentido, os povos
indígenas e certos grupos populares têm muito a nos ensinar; com o seu modo de
cuidar da terra inspirado nos valores naturais e culturais, contribuem com uma
revolução pacífica a revolução do cuidado em que cada pessoa reconhece a sua
missão de ser guardião da casa comum.
© Copyright – Libreria Editrice Vaticana / (ComVatican.va) / 17/09/2020
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