Esta é a noite! É a noite em que a liturgia nos
guia através da história da fé, uma história que remonta ao dealbar da Criação.
Começamos fora da Igreja, junto ao fogo,
recordando no meio da escuridão que a luz do mundo é Cristo. Iluminados pela
frágil chama da nossa fé, cruzamos o umbral da igreja e brota a consciência de
um milagre: a soma de tanta fé trémula, de tanta fé que não passa de uma
periclitante chama é suficiente para iluminar uma catedral.
Ouvimos então relatos daqueles que nos
antecederam na fé, antes da vinda de Jesus. E a luz vai crescendo, e as músicas
vão-nos alegrando, até que a Ressurreição se torna palpável e a força de um
grande «Aleluia» faz ressoar a terra. Aí dá-se um novo milagre: os pilares da
Criação, e de cada uma das nossas vidas, são abalados pela Ressurreição e dão
lugar à alegria.
Há outros milagres por viver nesta noite que é
mãe de todas as noites, nesta noite prenhe de Luz. Milagres que nos vão guiando
à consciência de que todos somos círio e a graça de Deus é a chama que nos
habita, a chama que nos permite iluminar, aquecer, confortar, esperançar,
alegrar o outro.
Deixemo-nos guiar pela luz. Sejamos luz.
Que Deus seja a nossa luz, Que Deus seja luz em
nós.
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