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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Visão profética dos sofrimentos do servo do Senhor (Sl 21)

Ao mestre de canto. Segundo a melodia A corça da aurora. Salmo de Davi.
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes? E permaneceis longe de minhas súplicas e de meus gemidos?
Meu Deus, clamo de dia e não me respondeis; imploro de noite e não me atendeis.
Entretanto, vós habitais em vosso santuário, vós que sois a glória de Israel.
Nossos pais puseram sua confiança em vós, esperaram em vós e os livrastes.
A vós clamaram e foram salvos; confiaram em vós e não foram confundidos.
Eu, porém, sou um verme, não sou homem, o opróbrio de todos e a abjeção da plebe.
Todos os que me veem zombam de mim; dizem, meneando a cabeça:
Esperou no Senhor, pois que ele o livre, que o salve, se o ama.
Sim, fostes vós que me tirastes das entranhas de minha mãe e, seguro, me fizestes repousar em seu seio.
Eu vos fui entregue desde o meu nascer, desde o ventre de minha mãe vós sois o meu Deus.
Não fiqueis longe de mim, pois estou atribulado; vinde para perto de mim, porque não há quem me ajude.
Cercam-me touros numerosos, rodeiam-me touros de Basã;
contra mim eles abrem suas fauces, como o leão que ruge e arrebata.
Derramo-me como água, todos os meus ossos se desconjuntam; meu coração tornou-se como cera, e derrete-se nas minhas entranhas.
Minha garganta está seca qual barro cozido, pega-se no paladar a minha língua: vós me reduzistes ao pó da morte.
Sim, rodeia-me uma malta de cães, cerca-me um bando de malfeitores. Traspassaram minhas mãos e meus pés:
poderia contar todos os meus ossos. Eles me olham e me observam com alegria,
repartem entre si as minhas vestes, e lançam sorte sobre a minha túnica.
Porém, vós, Senhor, não vos afasteis de mim; ó meu auxílio, bem depressa me ajudai.
Livrai da espada a minha alma, e das garras dos cães a minha vida.
Salvai-me a mim, mísero, das fauces do leão e dos chifres dos búfalos.
Então, anunciarei vosso nome a meus irmãos, e vos louvarei no meio da assembleia.
Vós que temeis o Senhor, louvai-o; vós todos, descendentes de Jacó, aclamai-o; temei-o, todos vós, estirpe de Israel,
porque ele não rejeitou nem desprezou a miséria do infeliz, nem dele desviou a sua face, mas o ouviu, quando lhe suplicava.
De vós procede o meu louvor na grande assembleia, cumprirei meus votos na presença dos que vos temem.
Os pobres comerão e serão saciados; louvarão o Senhor aqueles que o procuram: Vivam para sempre os nossos corações.
Hão de se lembrar do Senhor e a ele se converter todos os povos da terra; e diante dele se prostrarão todas as famílias das nações,
porque a realeza pertence ao Senhor, e ele impera sobre as nações.
Todos os que dormem no seio da terra o adorarão; diante dele se prostrarão os que retornam ao pó.
Para ele viverá a minha alma, há de servi-lo minha descendência. Ela falará do Senhor às gerações futuras e proclamará sua justiça ao povo que vai nascer: Eis o que fez o Senhor.

As duas partes deste salmo dizem respeito ao servo de Javé sofredor e à conversão do mundo, que é a sua obra. Este salmo, e também outros semelhantes, como 30, 68, 87, que não têm contexto explicativo, só podem ser interpretados por aproximação com os raros textos semelhantes dos profetas, sobretudo com os capítulos 52-53 de Isaías. Veem-se aí anunciados os sofrimentos do Messias e seu resultado: a expiação universal e a conversão das nações. (Bíblia Sagrada Ave-Maria)
[imagem da web]

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