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Imagem da reflejosdeluz.net

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

TESOURO NAS MÃOS


Isabel Cristina, assim como todos os bebês, nascera divinamente com as mãozinhas fechadas. Trazia ali todas as bênçãos que o Senhor lhe encarregara de distribuir quando aqui chegasse.
A sua mãe, sempre intrigada com aquelas mãozinhas tão meigas e fechadinhas, acariciava-as, puxava-lhe os dedinhos e dizia à Isabel Cristina com carinho:
- Que lindas mãozinhas, minha filhinha! Parecem duas conchinhas! O que elas têm de tão precioso, que seguras tão veemente?
E a menina sorria, pois sabia do grande tesouro que consigo trazia. Ela esperava ansiosa que sua mãe amorosa logo o descobrisse. Para isso, a mãe de Isabel Cristina, assim como todas as mães do mundo, teria que fazer um gesto mágico...
Numa bela manhã de sol, a mãe tomou nos braços a menina e, de novo, falou:
- Que lindas mãozinhas, minha filhinha! O que de tão precioso têm, que seguras assim tão firme, meu bem?
Dito isto, acariciou-lhe de novo as mãozinhas, puxando-lhe os dedinhos e naquelas macias “conchinhas” depositou doces beijinhos! E o milagre, então, aconteceu! Milhares de bênçãos inundaram o quarto, a casa, a família, os amigos, o mundo...
Hoje Isabel Cristina, aquela doce menina, cresceu, virou gente grande, não se lembra mais desta história. Casou-se e tem um filho amado – Saulo. Ela não entende por que, todas as manhãs, beija-lhe as mãos carinhosamente e se sente como se atendesse aos apelos do coração.
(...)
Ainda existe muita gente por aí, levando a vida com os punhos cerrados, sem estender a mão ao próximo, indiferentes aos apelos de amor e de fraternidade. Não receberam o gesto mágico de seus pais quando nasceram, e o tesouro se perdeu. Não receberam os doces e mágicos beijos em suas mãos, que libertariam o grande tesouro: as bênçãos que o Senhor lhes encarregou de distribuir ao mundo.

Sandra Medina Costa

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