O
silêncio interior resulta da tranquilidade emocional que a vontade bem dirigida
imprime no comportamento do homem. Sem essa quietação íntima muitas realizações
permanecem inconclusas ou são terminadas com precipitação, portanto, imperfeitamente.
O correto direcionamento das aspirações, o
exercício da prece, a reflexão em torno das leituras edificantes, geram o
clima psíquico indispensável para a harmonia interna. Mediante essa conquista
desanuvia-se a área dos sentimentos retos, que elegem valores expressivos e
duradouros, capazes de sobreviver ao desgaste do tempo e às variações
emocionais.
Com
o silêncio íntimo, os estados de consciência se tornam valiosos mecanismos de
progresso. Durante a lucidez o homem se educa, se disciplina, cumpre deveres,
conquista espaços evolutivos. Na fase do sono, porque liberado das paixões mais
primitivas, desgarra-se, parcialmente, das roupas físicas e aprende com
abnegados Instrutores que o promovem, levando-o a aprender em definitivo as
finalidades da vida, a fim de entregar-se sem reserva a essa conquista.
Há
homens que, no estado de consciência lúcida, continuam dormindo, anestesiados
pelos tóxicos que expelem, como efeito daquilo que cultivam... Quando em sono,
padecem, agredidos por malfeitores espirituais com os quais se afinizam e se
mesclam.
Reserva-te
a alegria de manter-te sempre lúcido, em qualquer estado de consciência. Aprofunda
a mente nos objetivos essenciais da tua existência e silencia teus tormentos,
canalizando forças para a tua paz.
Jesus, invariavelmente, após as estafantes
realizações, fugia das multidões insaciáveis e fazia silêncio, buscando, na
oração, a plenitude com Deus.
(Joana de Ângelis)
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