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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

DULCÍSSIMA SOBERANA



DULCÍSSIMA SOBERANA, se é vosso ofício interpor-Vos como medianeira entre Deus e os pecadores, permiti que Vos diga com Santo Tomás de Vilanova: Advocata nostra, officium tuum imple — «Ó advogada nossa, cumpri o vosso ofício também para comigo». Não me digais que minha causa é muito difícil de ganhar; porque sei, e todo o mundo m’o afirma, que nunca uma causa, por desesperada que parecesse, se perdeu quando vos teve por defensora. Só a minha correria risco? Não, não o temo.
Sem dúvida, se não considerasse senão a multidão dos meus pecados, devera temer que vos escusásseis a me defender. Mas considerando, ó Maria, a vossa imensa misericórdia, e o extremo desejo que vive em vosso dulcíssimo Coração, de ajudar os pecadores mais perdidos, nem isso temo. Quem é que já se perdeu depois de ter recorrido a vós? Chamo-vos, pois, em meu socorro, ó minha poderosa advogada, meu refúgio, minha esperança e minha Mãe. A vossas mãos entrego a causa da minha salvação eterna; confio-vos a minha alma; ela estava perdida, mas a vós toca salvá-la. Não deixo de dar graças ao Senhor por me ter inspirado tão grande confiança em vós, a qual, não obstante a minha indignidade, me dá segurança de salvação.
Um só temor ainda me aflige, ó minha amadíssima Rainha; é perder um dia, por minha negligência, a confiança que tenho em vós. Suplico-vos, pois, ó Maria, pelo amor que tendes a vosso Jesus, conserveis e aumenteis em mim cada vez mais a doce confiança em vossa intercessão; ela com certeza me fará recobrar a amizade de Deus, que tão loucamente desprezei e perdi no passado. Uma vez recobrada esta amizade, espero conservá-la por vosso socorro, e, conservando-a, chegar ao paraíso, para vos render graças e cantar as misericórdias de Deus e as vossas, durante toda a eternidade.

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