A harpa divina
Que podes tanger, miraculosamente,
Pela carícia de tuas mãos.
Quantas vezes, amigo(a),
Podes improvisar
O cântico da paz e a benção da ternura
Com o simples movimento
Dos teus braços irmãos?
Escutaste, algum dia,
A música do afeto
Que nasce, doce e pura,
No tenro coração
Da criança que ajudas?
Conheces, porventura,
O hino de esperança,
De alegria e de sol,
A erguer-se sem palavras
Da alma reconhecida
Aos teus gestos de amor?
Há sempre um mundo vasto
De júbilo infinito,
A nascer de teus braços,
Toda vez que arremessas
Minúsculas migalhas
De nobre auxílio aos outros.
Aprende, enquanto é cedo,
A plantar sem limites
A ventura de todos
No trabalho bendito
Do progresso e da paz,
Porque se as mãos inertes
Se fazem antenas mortas,
Os braços que elevam
No serviço comum
São sempre asas brilhantes
A desferirem voo,
No celeste caminho
Da harmonia e da luz.
Francisco C. Xavier
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