Quando
se sente a fatiga de acreditar que Deus nos ama, próprio como somos, de maneira
absolutamente gratuita e incondicionada, é sinal que os olhos do coração estão
ainda um pouco ofuscados pelo amor próprio. O Evangelho nos testemunha,
falando-nos do comportamento dos Apóstolos que, por sua vez, não conseguiam
olhar além das aparências e, sobretudo, quando deviam se confrontar com o
mistério da dor, que esconde o mistério do amor, eles se fechavam e não viam em
profundidade.
Existe,
entre estes episódios a cena comovente da agonia de Jesus no Horto das
Oliveiras onde ao invés de vigiar com o Mestre, já imerso no oceano do amor e
da dor por toda a humanidade, os três Apóstolos dormiram: “porque seus olhos
estavam pesados de sono” (Mc 14, 40). Também os nossos olhos ficam pesados, se
não permanecemos no amor mediante a contínua confiança em Deus e a caridade
recíproca. O egoísmo nos pesa, enquanto
o abandono em Deus, com a oração e a caridade vivida e doada, nos alivia e nos
torna disponíveis ao sopro do Espírito Santo, que é puro sopro de liberdade.
(Fonte:
Agência Fides 20/5/2009)
Nenhum comentário:
Postar um comentário