Setembro, o mês da Bíblia
“Quão saborosas são para mim vossas palavras, mais doces que o mel à minha
boca.” (Sl 118,
103)
Conhecer a Palavra de Deus é
fundamental para todo cristão. A Carta aos hebreus diz que “a Palavra de Deus é viva, eficaz, mais
penetrante do que uma espada de dois gumes, e atinge até a divisão da alma e do
corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração”
(Hb 4,12).
Jesus conhecia profundamente a Bíblia
e a citava. Isso é o suficiente para que todos nós façamos o mesmo. Na tentação
do deserto ele venceu o demônio lançando em seu rosto, por três vezes, a santa
Palavra. Quando o tentador pediu que Ele transformasse as pedras em pães, para
provar Sua filiação divina, Jesus lhe disse: “O homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor”
(Dt 8,3c).
Quando o tentador exigiu que Ele se
jogasse do alto do templo, Jesus respondeu: “Não tentarás o Senhor; vosso Deus” (Dt 6,16a). E quando Satanás
tentou fazer com que Ele o adorasse, ouviu mais uma vez a Palavra de Deus: “Adorarás o Senhor, teu Deus, e só a ele
servirás” (Dt 6,13).
O demônio não tem força diante da
Palavra de Deus lançada em seu rosto; por isso, cada um de nós precisa conhecer
o poder dela. Jesus morreu rezando todo o Salmo 21: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Sl 21,2).
É preciso ler e estudar a Bíblia
regularmente, todos os dias; aquecer a alma com um trecho dela; e saber usá-la
nos momentos de dor, dúvida, angústia, medo etc. Abra a Palavra, deixe Deus
falar a seu coração. E fale com Deus; é a maneira mais fácil de rezar.
O Espírito Santo nos ensina essa
verdade, pela boca do profeta Isaías; cuja boca tornou “semelhante a uma espada
afiada” (Is 49,2):
“Tal
como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a terra,
sem a ter fecundado, e feito germinar as plantas, sem dar o grão a semear e o
pão a comer, assim acontece à palavra que minha boca profere: não volta sem ter
produzido seu efeito, sem ter executado a minha vontade e cumprido a sua missão”
(Is 55,10).
A palavra de Deus é transformadora,
santificante. São Paulo explica isso a seu jovem discípulo Timóteo, com toda
convicção:
“Toda
a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para persuadir, para
corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16).
Ela é, portanto, um instrumento
indispensável para a nossa santificação. Não conseguiremos ter “os mesmos sentimentos de Cristo” (Fil
2,5) sem ouvir, ler, meditar, estudar e conhecer a sua santa palavra. São
Jerônimo, dizia que “quem não conhece o
Evangelho não conhece Jesus Cristo”.
Jesus nos ensina que “a Escritura não pode ser desprezada” (Jo
10,34). São Paulo recomendava a Timóteo”: “aplica-te
à leitura da Palavra” (1Tm 4,13). Ela não é palavra humana, mas “palavra de Deus…! Que age eficazmente em vós”
(1Ts 2,13).
Jesus é a própria Palavra de Deus, o
Verbo de Deus que se fez carne (Jo 1,1s). No livro do Apocalipse São João viu o
Filho do homem… “e de sua boca saía uma
espada afiada, de dois gumes” (Ap 1,16). É o símbolo tradicional da
irresistível penetração da palavra de Deus.
São Pedro diz que renascemos pela
força dessa palavra.
“Pois
haveis renascidos, não duma semente corruptível, mas pela Palavra de Deus,
semente incorruptível, viva e eterna”, (1 Pd 1,23) e, como disse o profeta
Isaías: “a palavra do Senhor permanece
eternamente” (Is 11,6-8).
Quando avisaram a Jesus que a Sua mãe
e os seus irmãos queriam vê-lo, o Senhor disse: “Minha mãe e meus irmãos são estes que ouvem a palavra de Deus e a
observam” (Lc 8,21). “Antes
bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!” (Lc
11,28).
Pela boca do profeta Amós, o Espírito
Santo disse: “Eis que vêm os dias… em que
enviarei fome sobre a terra, não uma fome de pão, nem uma sede de água, mas
fome e sede de ouvir a palavra do Senhor” (Am 8,11). Graças a Deus esses
dias chegaram!
Quando Jesus explicava as Escrituras
para os discípulos de Emaús, eles sentiam “que
se lhes abrasava os corações” (Lc 24,32). Todos os santos, sem exceção,
mergulharam fundo as suas vidas nas santas Escrituras e deixaram-se guiar pelos
ensinamentos da Igreja.
São Pedro disse: “Antes de tudo, sabei que nenhuma profecia da
Escritura é de interpretação pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida
por efeito de uma vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram
da parte de Deus” (2 Pd 1,20-21). (...)
(Prof. Felipe Aquino)
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