É o dom
divino que aperfeiçoa as nossas faculdades intelectivas e nos ajuda a
compreender a realidade como obra do Criador, iluminados, simultânea
e harmoniosamente, pela fé e pela razão – “as duas asas que elevam o
espírito humano à contemplação da Verdade”, conforme a bela descrição
apresentada pela encíclica “Fides et Ratio”, do Papa São João Paulo II.
O dom da ciência, portanto, nos abre à contemplação do Criador mediante o
conhecimento da criação. É importante observar que se trata do dom da ciência
de Deus, não da ciência das coisas do mundo; ele envolve o reconhecimento da
criação como meio para a contemplação de Deus. Graças ao dom da ciência, os
santos, por exemplo, souberam ver Deus atrás das criaturas como que através de
um espelho. São Francisco de Assis compôs o “cântico das criaturas” ao Senhor
porque todos os seres criados, desde as flores até as aves, desde a água até o
fogo e o sol, lhe eram ocasião para contemplar e amar a Deus, Criador
de tudo o que há. O dom da verdadeira ciência nos leva, mediante o
reto conhecimento e reconhecimento das criaturas como criaturas, a vislumbrar o
Criador. Entre as criaturas não se incluem apenas os demais seres
tangíveis, mas também as próprias ações e comportamentos humanos, que
fazem parte do mundo criado: o dom da ciência, portanto, nos ajuda ainda a
saber como agir – e, neste sentido, evoca o dom do conselho.
(Francisco Vêneto in O significado dos 7
dons do Espírito Santo - pt.aleteia.org)
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