Disse comigo mesmo: Velarei sobre os meus atos, para não mais pecar com a língua. Porei um freio em meus lábios, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
Fiquei mudo, mas sem resultado, porque minha dor recrudesceu.
Meu coração se abrasava dentro de mim, meu pensamento se acendia como um fogo, então eu me pus a falar:
Fazei-me conhecer, Senhor, o meu fim, e o número de meus dias, para que eu veja como sou efêmero.
A largura da mão: eis a medida de meus dias, diante de vós minha vida é como um nada; todo homem não é mais que um sopro.
De fato, o homem passa como uma sombra, é em vão que ele se agita; amontoa, sem saber quem recolherá.
E agora, Senhor, que posso esperar? Minha confiança está em vós.
Livrai-me de todas as faltas, não me abandoneis ao riso dos insensatos.
Calei-me, já não abro a boca, porque sois vós que operais.
Afastai de mim esse flagelo, pois sucumbo ao rigor de vossa mão.
Quando punis o homem, fazendo-lhe sentir a sua culpa, consumis, como o faria a traça, o que ele tem de mais caro. Verdadeiramente, apenas um sopro é o homem.
Ouvi, Senhor, a minha oração, escutai os meus clamores, não fiqueis insensível às minhas lágrimas. Diante de vós não sou mais que um viajor, um peregrino, como foram os meus pais.
Afastai de mim a vossa ira para que eu tome alento, antes que me vá para não mais voltar.
O salmista, doente, ocultou sua
dor para não dar aos ímpios ocasião de blasfemar; medita sobre a brevidade da
vida, mas espera o perdão de Deus. (Bíblia Sagrada Ave-Maria)
[imagem da web]
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