O caminhoneiro
solitário seguia, com fome, à margem do rio. Nervoso e impaciente, ia
censurando a tudo e a todos, por achar-se em penúria.
Caminhava devagar,
quando viu algo na estrada chamando-lhe a atenção. Uma cédula! Abaixou-se e
colheu o achado. Uma nota de cem reais, enrolada e manchada.
Contudo, para
surpresa sua, era somente a metade da cédula, que apesar de nova, fora
inexplicavelmente cortada. Ainda mais irritado, amarfanhou o papel valioso e
atirou-o à correnteza do rio, blasfemando.
Deu mais alguns
passos à frente, seguindo pela mesma estrada, quando surpreendeu outro
fragmento de papel no solo. Inclinou-se de novo e apanhou-o. Era a outra metade
da cédula que, enervado e contrafeito, havia projetado nas águas.
O vento separara
as duas partes; ele, porém, não tivera a paciência de esperar alguns segundos,
apenas.
Há
sempre socorro às nossas necessidades. No entanto, até para receber o auxílio
da Divina Bondade ninguém prescinde de calma e da paciência.
Waldo Vieira
Nenhum comentário:
Postar um comentário