Todos
os dias, um pobre velho entrava na igreja e poucos minutos depois, ele saía.
Certa
vez, o sacristão lhe perguntou o que ele vinha fazer (pois temia pelos objetos
de valor da igreja). Venho rezar, respondeu o velho.
Mas
é estranho, disse o sacristão, que você consiga rezar tão depressa!
Bem,
retrucou o velho, eu não sei recitar aquelas orações compridas, mas todo dia ao
meio-dia, entro nessa igreja e só falo: “Oi, Jesus!!! É o Zé.” Num minuto já
estou de saída. É só uma oraçãozinha, mas eu tenho certeza de que ele me ouve.
Alguns
dias depois, o Zé sofreu um acidente e foi internado num hospital. Na
enfermaria, passou a exercer uma grande e forte influência sobre todos os
doentes: os mais tristes se tornaram mais alegres e muitas risadas passaram a
ser ouvidas.
“Zé!”,
disse-lhe um dia a irmã, “os outros doentes dizem que você é quem mudou tudo
aqui na enfermaria, eles dizem que você está sempre tão alegre...”
“É
verdade, irmã, estou sempre alegre. É por causa daquela visita que recebo todo
dia e que me deixa feliz.”
A
irmã ficou atônita. Já tinha notado que a cadeira encostada na cama do Zé
estava sempre vazia. O Zé era um velho solitário, sem ninguém...
“Que
visita? A que horas?” perguntou a irmã...
“Ao
meio-dia ele vem e fica ao pé da minha cama. Quando olho pra ele, ele sorri e
diz: Oi, Zé!!! É o Jesus!”
Imagem: David Fink
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