Meditemos as “Sete Dores
de Maria”, momentos martirizantes que ela viveu. Contemplá-las é haurir lições
e graças preciosas. Santa Brígida diz-nos em suas revelações que Nossa Senhora
prometeu conceder sete graças a quem rezar, em cada dia, sete Ave-marias em
honra de suas dores e lágrimas. Eis as promessas:
1. Porei a paz em suas famílias;
2. Serão iluminados sobre os divinos
mistérios;
3. Consolá-los-ei em suas penas e
acompanhá-los-ei em suas aflições;
4. Conceder-lhes-ei tudo o que me pedirem,
contanto que não se oponha a adorável vontade de meu divino Filho e a
santificação de suas almas;
5. Defendê-los-ei nos combates espirituais
contra o inimigo infernal;
6. Assistir-lhes-ei visivelmente no
momento da morte;
7. Serão transladados desta vida terrena à
felicidade eterna…
A primeira dor de Maria
foi ouvir o velho Simeão lhe apresentar a “espada da dor” que iria acompanhá-la
por toda a vida. A segunda dor foi seu desterro para o Egito, com José e o
Menino, fugindo da perseguição de Herodes. A terceira é a perda de Jesus em
Jerusalém, aos doze anos. Ao entrar no Templo, após três dias de procura
aflita, ela diz: “Filho, por que procedeste assim conosco? Eis que teu pai e eu
te procurávamos aflitos” (Lc 2,48). Na quarta dor Maria vive os tormentos da
Paixão de seu divino Filho. Encontra-O no caminho do Calvário, flagelado,
coroado de espinhos, esbofeteado, escarrado… Que mãe poderia aguentar tamanha
dor? Na quinta dor, Maria vê Jesus ser crucificado, vê o sangue jorrar de Suas
mãos e pés, a cruz ser levantada e participa da agonia indescritível de seu
amado Filho, até a morte. É o golpe mais cruel e mais profundo da espada
predita por Simeão. Quem poderia sofrer um martírio maior que este? Maria
assiste a todo o requinte da malvadeza humana contra Jesus… “de pé aos pés da
cruz” (Jo 19,25) e ali nos recebe como filhos. Ela nos deu à luz na dor do
Calvário. A Nova Eva, a verdadeira Mãe dos viventes oferecia na árvore da cruz
o fruto de seu ventre, para destruir o pecado daquela que ousou comer do fruto
da árvore proibida. Na sexta dor, a Mãe recebeu nos seus braços o Filho morto,
que foi descido da cruz por Nicodemos e José de Arimateia (Jo 19,38ss.). Foi o
preço do perdão a toda transgressão da lei divina; o preço de nossa salvação
que Maria contemplava agora em seus braços. A sétima dor foi a da solidão da
Mãe que deixou no túmulo o Filho amado. Nessas dores ela não desesperou e não
se revoltou, perdoou os carrascos do seu Filho e aceitou submissa e obediente a
vontade de Deus, a quem disse desde o começo: “Faça-se em mim segundo tua
palavra” (Lc 1,38). Maria, como Jesus, bebeu até a última gota o cálice da dor
e repetia com Jesus: “Pai, perdoai-lhes…” (Lc 23,34).
Ela que sofreu tanto na
alma, conhece também o sofrimento de cada um de nós e nos ajuda a sofrer com a
mesma dignidade com que ela sofreu, sem desespero.
(Prof. Felipe
Aquino)
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