Estudando
a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho.
O
esplendor me cercava, mas o Sol afirmou:
–
Para libertar a luz devo permanecer em minha própria órbita.
Disse
o Mar:
–
Como nutrir as forças da Vida sem aceitar as minhas limitações?
A
Fonte declarou:
–
Não posso emancipar o benefício de minhas águas, sem atender às linhas que me
orientam o curso.
Explicou-se
a Flor:
–
Impossível abrir-me para o festival dos perfumes, sem deixar-me prender.
A
Ponte murmurou:
–
Nada seria eu se não guardasse a disposição de servir.
Não
longe, a Eletricidade comentou, movimentando uma fábrica:
–
Fora da disciplina, em vão procuraria ser mais útil.
Um
Automóvel parado entrou na conversação:
–
Posso ganhar tempo e vencer o espaço, mas infeliz daquele que me use sem
breques!
Então,
voltando-me para dentro do próprio coração, exclamei em prece:
–
Deus, meu Deus, fizeste-me livre no pensamento para criar o bem e estendê-lo
aos meus irmãos; no entanto, que será de mim, sem ajustar-me às tuas leis?
(Francisco
C. Xavier)
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