"Presentemente, a
minha alma está perturbada. Mas que direi?... Pai, salva-me desta hora... Mas é
exatamente para isso que vim a esta hora." (Jo, 12;27.)
A lição de Jesus, neste passo
do Evangelho, é das mais expressivas.
Ia o Mestre provar o abandono
dos entes amados, a ingratidão de beneficiários da véspera, a ironia da
multidão, o apodo na via pública, o suplício e a cruz, mas sabia que ali se
encontrava para isto, consoante os desígnios do Eterno.
Pede a proteção do Pai e
submete-se na condição de filho fiel.
Examina a gravidade da hora em
curso, todavia reconhece a necessidade do testemunho.
E todas as vidas na Terra
experimentarão os mesmos trâmites na escala infinita das experiências
necessárias.
Todos os seres e coisas se
preparam, considerando as crises que virão. É a crise que decide o futuro.
A terra aguarda a charrua.
O minério será remetido ao
cadinho.
A árvore sofrerá a poda.
O verme será submetido à luz
solar.
A ave defrontará com a
tormenta.
A ovelha esperará a tosquia.
O homem será conduzido à luta.
O cristão conhecerá
testemunhos sucessivos.
É por isso que vemos, no
serviço divino do Mestre, a crise da cruz que se fez acompanhar pela bênção
eterna da Ressurreição.
Quando pois te encontrares em
luta imensa, recorda que o Senhor te conduziu a semelhante posição de
sacrifício, considerando a probabilidade de tua exaltação, e não te esqueças de
que toda crise é fonte sublime de espírito renovador para os que sabem ter
esperança.
(Emmanuel/Chico Xavier)
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