Conta-se que, certa vez, um
agricultor cujos campos não produziam, optou por roubar trigo dos seus
vizinhos. Imaginou que se retirasse um pouco de trigo de cada campo, ninguém
haveria de perceber. E ele teria com que se alimentar e à família.
Quando a noite chegou, tomou
da filha, uma menina de 10 anos e foi ao campo de trigo do vizinho mais
próximo.
- Filha, – ele sussurrou –
você fica de guarda. Se enxergar alguém, me avise logo.
Mal iniciara a colheita, ouviu
a garota gritar:
- Papai, alguém está vendo
você!
Assustado, ele olhou ao redor.
Não viu ninguém. Amarrou rapidamente o trigo que recolhera e foi para o segundo
campo.
Logo a criança tornou a
gritar:
- Papai, alguém está vendo
você!
Ele parou. Não havia ninguém à
vista. Amarrou o trigo roubado e rumou para o terceiro campo.
De imediato, a menina gritou:
- Papai, alguém está vendo
você!
Irritado, ele foi para junto
da filha e falou:
- Por que você fica dizendo
que alguém está me vendo? Não há ninguém por perto. Ninguém nos vê.
Num murmúrio, como se temesse
ser ouvida por mais alguém, a menina disse:
- Há sim, papai. Deus está
vendo o que você faz. Ele tudo vê. Não importa seja noite escura, sem lua. Não
importa que você faça escondido. Ele vê.
“... embora possamos passar
impunes pelas leis dos homens, a Divina Justiça tudo vê e anota.
Um dia, de consciência
desperta, haveremos de responder perante a Lei Maior por tudo o que de errado
fizemos. E a justiça da Lei determina que seja dado a cada um conforme as
próprias obras...”
(Desconheço a autoria)
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