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sexta-feira, 29 de maio de 2020

Um espinho na carne



"Pai, se queres, afasta de mim este cálice..." (Lc 22,42)

Há orações que nos custam lágrimas e até prantos que saem do fundo da alma. A oração feita por Jesus no jardim de Getsêmani custou-lhe suor que "tornou-se como grandes gotas de sangue, que caíam sobre o chão" (Lc 22,44). Nesta reflexão, não entraremos no motivo do sofrimento do nosso Mestre, porém, desejamos falar de outras orações agonizantes.

O apóstolo Paulo tinha o seu "espinho na carne" que o levou a pedir a Deus fervorosamente que dele o livrasse. A sua súplica não foi atendida, mas Deus encheu a vida de Paulo da sua graça e do seu poder.


Ruth também pode dizer: "O poder de Deus se aperfeiçoa na minha fraqueza." Ela teve a infelicidade de nascer já com certas desvantagens para uma vida normal, pois os seus dois braços eram irremediavelmente deformados. Era-lhe necessário esforçar-se muito na escola para não se sentir ofendida pelos olhares curiosos de seus coleguinhas e de estranhos na rua. Criaram-se muitos complexos na sua personalidade e, várias vezes, desejou que Deus lhe tirasse a vida. Com muito sacrifício, aprendeu a tocar piano e a escrever à máquina, revelando uma grande força de vontade de vencer. No seminário, todos se admiravam de suas conquistas, tanto intelectuais e físicas como espirituais. Qual o segredo de sua vida? Ela mesma o contou. Entregou-se a Cristo e aprendeu por experiências duras e tristes que jamais seria libertada de seu "cálice", do "espinho" na sua carne. Experimentou a graça divina e recebeu a força necessária para glorificar a Cristo na sua fraqueza.

Você tem um espinho na carne? Está de boa vontade glorificando a Deus por meio dessa fraqueza? O nosso Senhor nos diz: "A minha graça te basta" (2 Cor 12,9).


(Pr. Paulo R. Barbosa)

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