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quinta-feira, 28 de março de 2013

Desolada lamentação (Sl 87)


(Heb. 88) Cântico. Salmo dos filhos de Coré. Ao mestre de canto. Em melodia triste. Poema de Hemã, ezraíta.
Senhor, meu Deus, de dia clamo a vós, e de noite vos dirijo o meu lamento.
Chegue até vós a minha prece, inclinai vossos ouvidos à minha súplica.
Minha alma está saturada de males, e próxima da região dos mortos a minha vida.
Já sou contado entre os que descem à tumba, tal qual um homem inválido e sem forças.
Meu leito se encontra entre os cadáveres, como o dos mortos que jazem no sepulcro, dos quais vós já não vos lembrais, e não vos causam mais cuidados.
Vós me lançastes em profunda fossa, nas trevas de um abismo.
Sobre mim pesa a vossa indignação, vós me oprimis com o peso das vossas ondas.
Afastastes de mim os meus amigos, objeto de horror me tornastes para eles; estou aprisionado sem poder sair,
meus olhos se consomem de aflição. Todos os dias eu clamo para vós, Senhor; estendo para vós as minhas mãos.
Será que fareis milagres pelos mortos? Ressurgirão eles para vos louvar?
Acaso vossa bondade é exaltada no sepulcro, ou vossa fidelidade na região dos mortos?
Serão nas trevas manifestadas as vossas maravilhas, e vossa bondade na terra do esquecimento?*
Eu, porém, Senhor, vos rogo, desde a aurora a vós se eleva a minha prece.
Por que, Senhor, repelis a minha alma? Por que me ocultais a vossa face?
Sou miserável e desde jovem agonizo, o peso de vossos castigos me abateu.
Sobre mim tombaram vossas iras, vossos temores me aniquilaram.
Circundam-me como vagas que se renovam sempre, e todas, juntas, me assaltam.
Afastastes de mim amigo e companheiro; só as trevas me fazem companhia...

* A estas perguntas, a conclusão está subentendida: se é assim, que Deus me guarde vivo para celebrar seus louvores.  (Bíblia Sagrada Ave-Maria)
[Imagem reflejosdeluz.net]

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