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quarta-feira, 13 de março de 2013

O mistério da prosperidade dos maus (Sl 72)


(Heb. 73) Salmo de Asaf. Oh, como Deus é bom para os corações retos, e o Senhor para com aqueles que têm o coração puro!
Contudo, meus pés iam resvalar, por pouco não escorreguei,
porque me indignava contra os ímpios, vendo o bem-estar dos maus:
não existe sofrimento para eles, seus corpos são robustos e sadios.
Dos sofrimentos dos mortais não participam, não são atormentados como os outros homens.
Eles se adornam com um colar de orgulho, e se cobrem com um manto de arrogância.
Da gordura que os incha sai a iniquidade, e transborda a temeridade.
Zombam e falam com malícia, discursam, altivamente, em tom ameaçador.
Com seus propósitos afrontam o céu e suas línguas ferem toda a terra.
Por isso se volta para eles o meu povo, e bebe com avidez das suas águas.
E dizem então: Porventura Deus o sabe? Tem o Altíssimo conhecimento disto?
Assim são os pecadores que, tranquilamente, aumentam suas riquezas.
Então foi em vão que conservei o coração puro e na inocência lavei as minhas mãos?
Pois tenho sofrido muito e sido castigado cada dia.
Se eu pensasse: Também vou falar como eles, seria infiel à raça de vossos filhos.
Reflito para compreender este problema, mui penosa me pareceu esta tarefa,
até o momento em que entrei no vosso santuário e em que me dei conta da sorte que os espera.
Sim, vós os colocais num terreno escorregadio, à ruína vós os conduzis.
Eis que subitamente se arruinaram, sumiram, destruídos por catástrofe medonha.
Como de um sonho ao se despertar, Senhor, levantando-vos, desprezais a sombra deles.
Quando eu me exasperava e se me atormentava o coração,
eu ignorava, não entendia, como um animal qualquer.
Mas estarei sempre convosco, porque vós me tomastes pela mão.
Vossos desígnios me conduzirão, e, por fim, na glória me acolhereis.
Afora vós, o que há para mim no céu? Se vos possuo, nada mais me atrai na terra.
Meu coração e minha carne podem já desfalecer, a rocha de meu coração e minha herança eterna é Deus.
Sim, perecem aqueles que de vós se apartam, destruís os que procuram satisfação fora de vós.
Mas, para mim, a felicidade é me aproximar de Deus, é pôr minha confiança no Senhor Deus, a fim de narrar as vossas maravilhas diante das portas da filha de Sião.

Diante do espetáculo da felicidade dos ímpios, o salmista fica inquieto. Sua incerteza não se dissipa senão no momento em que ele penetra  no “santuário” (pelo qual se deve entender simbolicamente “os segredos dos santos conselhos divinos”), porque ele compreende então que os ímpios terão uma sorte miserável, enquanto uma recompensa eterna está reservada aos justos. (Bíblia Sagrada Ave-Maria)
[imagem da web]

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