Jesus contou uma parábola sobre o
Reino de Deus, comparando-o ao agricultor que lançou a semente na terra, e
dormiu; levantou-se de dia e de noite, e a semente germinou sem ele saber como.
Porque a terra, por si mesma, produz primeiro o caule, depois a espiga, e
depois o trigo maduro na espiga. Só então o homem mete a foice, porque chegou o
tempo da colheita. (cf. Mc 4,26-29).
O agricultor esforça-se para
preparar bem o terreno, retirar as pedras, arar bem a terra, adubar o solo para
a sementeira; mas, uma vez semeado o grão, já não pode fazer por ele mais nada,
a não ser esperar com paciência, até o momento da ceifa. Ele espera a terra
germinar a semente, espera a chuva do céu; e somente pode tirar as ervas
daninhas.
Ele não pode realizar o
milagre de fazer a semente germinar; o grão se desenvolve por sua própria força
interna. Ora, com esta comparação o Senhor mostra-nos o vigor íntimo do
crescimento do Reino de Deus no mundo e em nós também, até o dia da colheita
(cf. Joel 3,16; Ap 14,15).
Jesus quer mostrar que a pregação
do Evangelho, que é a semente abundantemente espalhada, dará o seu fruto sem
falta, não dependendo de quem semeia ou de quem a rega, mas de Deus, “que dá o
crescimento” (1 Cor 3,5-9). Tudo se realiza sem que os homens se deem conta.
Ao mesmo tempo o Reino de
Deus indica a operação da graça de Deus em nossas almas: Deus opera silenciosa
e pacientemente em nós, respeitando nossa realidade, sem queimar etapas para
não nos queimar.
Assim Ele faz uma transformação
em nós, enquanto dormimos ou enquanto velamos e trabalhamos, fazendo surgir no
fundo de nossa alma resoluções de fidelidade, inspirações de entrega, desejo de
fazer Sua vontade…, até nos levar àquela idade perfeita, “o estado de homem
feito, a estatura da maturidade de Cristo” (Ef 4,13); “conformados à imagem de
Cristo” (Rom 8,29), como falava São Paulo.
(Prof. Felipe de Aquino)
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