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sexta-feira, 24 de novembro de 2017

LIÇÕES DO MAR...



[...] Abrindo os ouvidos e olhos da alma, ao encontrar na areia uma conchinha que toca nossos pés, podemos perceber sua simplicidade e também que ela possui concavidade peculiar feita para acolher uma vida que nela é gerada. E olhando para ela, imaginando além, podemos lembrar que antes de se abrir, aquela conchinha estava fechadinha e possuía duas faces extremamente unidas. Ela trazia em si uma vida que um dia, depois de madura, pôde se abrir e servir de alimento para outras criaturas. Não são lições para nós – de simplicidade, disponibilidade, serviço desinteressado?
Ao observarmos ainda, aquela conchinha aberta perdida ali na areia, com seu pequeno corpo mineral voltado para o Céu como que glorificando ao seu Criador, podemos pensar: Será que meu coração também não precisa se abrir mais para louvar e dar glórias a Deus?
Pense na conchinha, depois de gerar nela uma vida, se abre para dar graças ao Autor de toda a vida. Parecem duas mãos abertas em gesto de louvor silencioso. Jesus, certa vez, não disse que se os homens não O louvassem, as pedras o fariam? Elas são como pedras que louvam o Criador. Não são lições para nós?
“Tudo o que criastes proclama o Vosso louvor!”
Se não houvesse o mar, aquela conchinha não estaria ali e se não fosse pelo amor e pela vontade de Deus, nada disso existiria. Nem mesmo nós. Não são estes bons motivos para louvar a Deus?
Quantas outras surpresas pode nos trazer o mar! Quanto de Deus ele nos fala…
Certa vez, ao final de uma caminhada pela praia, encontrei o mais enigmático caramujo. Dentro dele também um dia, houve uma vida, para a qual ele serviu de casa e proteção. Depois de hospedar essa criatura, ficou abandonado na praia e foi colhido por mim como uma lembrança do mar para alguém. Aceitou ser esquecido e abandonado na areia…, satisfeito de ter cumprido sua missão como uma criatura inorgânica, dando assim, a seu modo, glória ao Criador. E o bichinho que dali saiu talvez possa nos dizer que o mar da vida é cheio de perigos, e que é preciso viver um tanto escondido e bem protegido pela graça de Deus como o caramujo.
Enfim, o apelo que faço a você neste dia é: abra os ouvidos da alma e ouça a Voz do Criador que fala sem cessar no silêncio do coração. Isto é meditar. Isto é espiritualidade.

(Prof. Felipe Aquino)

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