O
tempo é o dom básico que Deus nos dá, sem o qual não há outros dons. Sim, é no
tempo que nos é dado praticar o bem, trabalhar, lutar, e ter méritos diante de
Deus. O tempo pode parecer sem sabor e sem valor para quem o vive no dia a dia,
há mesmo quem procure “matar” o tempo em vazios passatempos.
E
muito rica é a conceituação de tempo que a Escritura Sagrada nos oferece. Ela o
apresenta a nós como uma caminhada de peregrinos que “deixam o relativo em
busca da pátria definitiva” (1Pd 1,7; Hb 11,13-16; 1Cor 5,8s). É uma semeadura,
cuja colheita ocorrerá no além, de modo que “quem semeia pouco, colherá pouco,
e quem semeia muito, colherá muito” (Gl 6,7s; 2Cor 9,6). Cada segundo do nosso
tempo tem seu eco na vida definitiva, é no tempo que construímos nossa
eternidade.
O
tempo é breve e fugidio (2Cor 7,1), passa e não volta, de modo que é preciso
aproveitar o HOJE de Deus: “enquanto ainda se diz HOJE” (Hb 3,13). “HOJE se
ouvirdes a sua voz…” (Hb 3,7). O homem não sabe quantos HOJE ainda terá, pois o
desfecho terrestre é de data incerta (1Ts5,1). O tempo quantitativo exige ser
também tempo qualitativo, exige qualidades correspondentes; o cristão deve
crescer não somente em número de anos passageiros, mas também em méritos e
valores definitivos.
O
passado não nos pertence mais, o futuro não está ao alcance de nossas mãos;
apenas o Presente é nosso, está à nossa disposição.
[...]
(Prof.
Felipe Aquino)
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