Quantas
vezes permanecemos à superfície!
Em
vez de procurar o Espírito, tentamos flutuar, pensando que tudo ficará bem se
certo problema passar, se não virmos mais tal pessoa, se melhorar aquela
situação. Mas isto é permanecer à superfície: superado um problema, chegará
outro; e a ansiedade voltará. Não é afastando-nos de quem pensa diferente de
nós que ficaremos tranquilos, não é resolvendo o problema presente que
estaremos em paz. O ponto de mudança é a paz de Jesus, é a harmonia do
Espírito.
Com
a pressa que o nosso tempo nos impõe, parece que a harmonia esteja posta de
lado: reclamados por uma infinidade de coisas, arriscamo-nos a explodir,
solicitados por um nervosismo contínuo que nos faz reagir mal a tudo. E procura-se
a solução rápida: uma pastilha atrás doutra para continuar, uma emoção atrás
doutra para se sentir vivo, quando na verdade aquilo de que precisamos é
sobretudo o Espírito.
É
Ele que coloca ordem neste frenesi. É paz na ansiedade, confiança no desânimo,
alegria na tristeza, juventude na velhice, coragem na prova. É Ele que, no meio
das correntes tempestuosas da vida, mantém firme a âncora da esperança. Como
nos diz hoje São Paulo, é o Espírito que nos impede de recair no medo,
fazendo-nos sentir filhos amados (cf. Rm 8,15). É o Consolador, que nos
transmite a ternura de Deus. Sem o Espírito, a vida cristã desfia-se, privada
do amor que tudo une.
Sem
o Espírito, Jesus permanece um personagem do passado; com o Espírito, é pessoa
viva hoje. Sem o Espírito, a Escritura é letra morta; com o Espírito, é Palavra
de vida. Um cristianismo sem o Espírito é um moralismo sem alegria; com o
Espírito, é vida.
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