O Espírito Santo junta os distantes, une os afastados, reconduz os
dispersos. Funde tonalidades diferentes numa única harmonia, porque em primeiro
lugar vê o bem, vê o homem antes dos seus erros, as pessoas antes das suas
ações. O Espírito molda a Igreja, molda o mundo como espaços de filhos e de
irmãos. Filhos e irmãos: substantivos que vêm antes de qualquer adjetivo.
Está na moda adjetivar, se não mesmo, infelizmente, insultar. Podemos
dizer que vivemos uma cultura do adjetivo que esquece o substantivo das coisas;
e também em uma cultura do insulto, que é a primeira resposta a uma opinião com
a qual eu não compartilho. Depois damo-nos conta de que faz mal a quem é
insultado, mas também a quem insulta. Retribuindo o mal com mal, passando de
vítimas a verdugos, não se vive bem. Pelo contrário, quem vive segundo o
Espírito leva paz onde há discórdia, concórdia onde há conflito. Os homens
espirituais retribuem o mal com bem, respondem à arrogância com a mansidão, à
maldade com a bondade, à barafunda com o silêncio, às maledicências com a
oração, ao derrotismo com o sorriso.
Para ser espirituais, para saborear a harmonia do Espírito, é preciso
colocar a sua visão à frente da nossa. Então as coisas mudam: com o Espírito, a
Igreja é o Povo santo de Deus, a missão é o contágio da alegria, não o
proselitismo, os outros são irmãos e irmãs amados pelo mesmo Pai.
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