SEMANA SANTA: o significado de cada dia da
celebração da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo
24/03 Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
25/03
Segunda-feira Santa
Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.
26/03
Terça-feira Santa
A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.
27/03
Quarta-feira Santa
Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
28/03
Quinta-feira Santa
Santos óleos – Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.
Lava-pés – O Lava-pés é um ritual
litúrgico realizado, durante a celebração da Quinta-feira Santa, quando recorda
a última ceia do Senhor. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, quer demonstrar
Seu amor por cada um e mostrar a todos que a humildade e o serviço são o centro
de Sua mensagem; portanto, esta celebração é a maior explicação para o grande
gesto de Jesus, que é a Eucaristia. O rito do lava-pés não é uma encenação
dentro da Missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus. O
bispo ou o padre, que lava os pés de algumas pessoas da comunidade, está
imitando Jesus no gesto; não como uma peça de teatro, mas como compromisso de
estar a serviço da comunidade, para que todos tenham a salvação, como fez
Jesus.
Instituição da Eucaristia
– Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da
Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória
da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o Seu
Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos
para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A
palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa
“ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob
as aparências de Pão e Vinho.
Instituição do sacerdócio
– A Santa Missa é, então, a celebração da Ceia do Senhor, quando Jesus, num dia
como hoje, véspera de Sua Paixão, “durante a refeição, tomou o pão, benzeu-o,
partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: ‘Tomai e comei, isto é meu corpo’.”
(cf. Mt 26,26). Ele quis, assim como fez na última ceia, que Seus discípulos se
reunissem e se recordassem d’Ele abençoando o pão e o vinho: “Fazei isto em
memória de mim”. Com essas palavras, o Senhor instituiu o sacerdócio católico e
deu-lhes poder para celebrar a Eucaristia.
29/03
Sexta-feira Santa
A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
Via-sacra – Ao longo da Quaresma,
muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso
que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. A Igreja nos propõe esta
meditação para nos ajudar a rezar e a mergulhar na doação e na misericórdia de
Jesus que se doou por nós. Em muitas paróquias e comunidades, são realizadas a
encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da
meditação das 14 estações da Via-Crucis.
30/03
Sábado Santo
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
Vigília Pascal – Durante o Sábado Santo, a
Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando Sua Paixão e Morte, Sua
descida à mansão dos mortos, esperando na oração e no jejum Sua Ressurreição.
Todos os elementos especiais da vigília querem ressaltar o conteúdo fundamental
da noite: a Páscoa do Senhor, Sua passagem da morte para a vida. A celebração
acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os
fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as
lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que, os encontre em
vigília e os convide a sentar à sua mesa.
Bênção do fogo – Fora da Igreja, prepara-se
a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote abençoa o fogo
novo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote. Com um estilete, o
padre faz nele uma cruz, dizendo palavras sobre a eternidade de Cristo. Assim,
ele expressa, com gestos e palavras, toda a doutrina do império de Cristo sobre
o cosmos, exposta em São Paulo. Nada escapa da Redenção do Senhor, e tudo –
homens, coisas e tempo – estão sob Sua potestade.
Procissão do Círio Pascal
– As luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o
ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem:
“Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e
entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a coluna de
fogo e de luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra
prometida, avança em procissão.
Proclamação da Páscoa – O povo permanece em pé com
as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida,
a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos
a alegria da Páscoa, a alegria do Céu, da Terra, da Igreja, da assembleia dos
cristãos. Essa alegria procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada
a proclamação, apagam-se as velas.
Liturgia da Palavra – Nesta noite, a comunidade
cristã se detém mais que o usual na proclamação da Palavra. As leituras da
vigília têm uma coerência e um ritmo entre elas. A melhor chave é a que nos deu
o próprio Cristo: “E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas,
explicava-lhes (aos discípulos de Emaús) o que dele se achava dito em todas as
Escrituras” (Lc 24, 27).
31/03
Domingo da Ressurreição
É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Pessach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.
Fonte:
https://www.cnbb.org.br/261402-2/
Meditações
da Semana Santa:
https://opusdei.org/pt-br/tag/meditacoes-semana-santa/
O Domingo de Ramos abre, por excelência, a Semana Santa, pois celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo, em Jerusalém, poucos dias antes de sofrer a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Este domingo é chamado assim, porque o povo cortou ramos de árvores, ramagens e folhas de palmeiras para cobrir o chão por onde o Senhor passaria montado num jumento. Com isso, Ele despertou, nos sacerdotes da época e mestres da Lei, inveja, desconfiança e medo de perder o poder. Começa, então, uma trama para condená-Lo à morte. A liturgia dos ramos não é uma repetição apenas da cena evangélica, mas um sacramento da nossa fé, na vitória do Cristo na história, marcada por tantos conflitos e desigualdades.
Neste dia, proclama-se, durante a Missa, o Evangelho segundo São João. Seis dias antes da Páscoa, Jesus chega a Betânia para fazer a última visita aos amigos de toda a vida. Está cada vez mais próximo o desenlace da crise. “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7); Jesus já havia anunciado que Sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelismo total entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo. O Salmo é o 26: “Um canto de confiança”.
A mensagem central deste dia passa pela Última Ceia. Estamos na hora crucial de Jesus. Cristo sente, na entrega, que faz a “glorificação de Deus”, ainda que encontre no caminho a covardia e o desamor. No Evangelho, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio.” É a oração de um abandonado, que mostra grande confiança no Senhor.
Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a famosa “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
Santos óleos – Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: o do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. Ela conta com a presença de bispos e sacerdotes de toda a diocese. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.
A tarde da Sexta-feira Santa apresenta o drama incomensurável da morte de Cristo no Calvário. A cruz, erguida sobre o mundo, segue de pé como sinal de salvação e esperança. Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
O Sábado Santo não é um dia vazio, em que “nada acontece”. Nem uma duplicação da Sexta-feira Santa. A grande lição é esta: Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado. Ele, que é Verbo, a Palavra, está calado. Depois de Seu último grito na cruz – “Por que me abandonaste?” –, Ele cala no sepulcro agora. Descanse: “tudo está consumado!”.
É o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Pessach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. A presença de Jesus ressuscitado não é uma alucinação dos Apóstolos. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.
https://opusdei.org/pt-br/tag/meditacoes-semana-santa/
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