É noite. O tilintar dos talheres nos pratos, na escola da frente,
alcança meus ouvidos, É recreio e os alunos – penso eu – estão a saciar a fome.
Fico entregue àquele barulho que me traz uma paz que não sei explicar.
Há algum tempo tenho me preocupado com outra fome, a saciedade da alma.
Quem estará, nessas horas, preparando ou ofertando esse alimento que vem do
Alto e tem destino certo? Há almas famintas de fé, amor, coragem, luz, paz,
harmonia, empatia, justiça, solidariedade, amparo, alegria... almas fraternas
(ou não) que suplicam em silêncio um olhar, uma oração.
Senhor, meu Deus, concedei-me a graça de ser bênção na minha vida e na
de meu irmão. Somente assim me sentirei um pouco mais completa.
Saciedade do corpo e da alma. Corações a tilintar, pratos devorados no
recreio de cada dia.
(Sandra)
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