[...] Para Agostinho a
presença de Deus no homem é profunda e misteriosa, mas pode ser reconhecida e
descoberta no próprio íntimo: “não saias mas volta para ti; no homem interior
habita a verdade; e se achares que a tua natureza é alterável, transcende-te a
ti mesmo. Mas recorda-te, quando te transcendes a ti mesmo, transcendes uma
alma que raciocina” (De vera religione, 39,72).
Nas “Confissões” ele
resume isso: “Criastes-nos para Vós, e o nosso coração está inquieto, enquanto
não descansa em Vós” (I, 1,1). Para Agostinho “estar distante de Deus é estar
distante de si mesmo”: sem Deus o homem está alienado de si próprio, e só pode
reencontrar-se encontrando-se com Deus. Só em Deus encontra a sua verdadeira
identidade.
“Deus estava dentro de
mim mais que o meu íntimo e acima da minha parte mais alta […]. Tu estavas
diante de mim; e eu, ao contrário, tinha-me afastado de mim mesmo, e não me
reencontrava; e muito menos te encontrava a Ti” (Confissões V,2,2). [...]
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