(Neste 27 de outubro, somos todos convidados a
rezar pela paz.)
[...]
“É possível percorrer o caminho da paz?
Podemos sair desta espiral de dor e de morte? Podemos aprender de novo a
caminhar e percorrer o caminho da paz? Invocando a ajuda de Deus, sob o olhar
materno da Salus Populi romani, Rainha da paz, quero responder: Sim, é possível
para todos! Esta noite queria que de todos os cantos da terra gritássemos: Sim,
é possível para todos! E mais ainda, queria que cada um de nós, desde o menor
até o maior, inclusive aqueles que estão chamados a governar as nações,
respondesse: – Sim queremos! A minha fé cristã me leva a olhar para a Cruz.
Como eu queria que, por um momento, todos os homens e mulheres de boa vontade
olhassem para a Cruz! Na cruz podemos ver a resposta de Deus: ali à violência
não se respondeu com violência, à morte não se respondeu com a linguagem da
morte. No silêncio da Cruz se cala o fragor das armas e fala a linguagem da
reconciliação, do perdão, do diálogo, da paz. Queria pedir ao Senhor, nesta
noite, que nós cristãos e os irmãos de outras religiões, todos os homens e
mulheres de boa vontade gritassem com força: a violência e a guerra nunca são o
caminho da paz! Que cada um olhe dentro da própria consciência e escute a
palavra que diz: sai dos teus interesses que atrofiam o teu coração, supera a
indiferença para com o outro que torna o teu coração insensível, vence as tuas
razões de morte e abre-te ao diálogo, à reconciliação: olha a dor do teu irmão
– penso nas crianças: somente nelas… olha a dor do teu irmão, e não acrescentes
mais dor, segura a tua mão, reconstrói a harmonia perdida; e isso não com o
confronto, mas com o encontro! Que acabe o barulho das armas! A guerra sempre
significa o fracasso da paz, é sempre uma derrota para a humanidade. Ressoem
mais uma vez as palavras de Paulo VI: «Nunca mais uns contra os outros, não
mais, nunca mais… Nunca mais a guerra, nunca mais a guerra! (Discurso
às Nações Unidas, 4 de outubro de 1965). «A paz se afirma somente
com a paz; e a paz não separada dos deveres da justiça, mas alimentada pelo
próprio sacrifício, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade» (Mensagem
para o Dia Mundial da Paz, de 1976).
Papa Francisco
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