“Quando se
educa alguém ou se é educado por alguém, é preciso cautela para não nos
contentarmos com as aparências, isto é, com a superficialidade. Vivemos hoje
num mundo marcado pela velocidade em várias situações e, em outras, por uma
mera pressa. Uma vida apressada nos leva em vários momentos a ter formações
apressadas, reflexões apressadas, ideias apressadas, e isso carrega um nível de
superficialidade muito grande.
Há várias
pessoas que se contentam com as aparências. Aparência em relação à própria
imagem e aparência com relação àquilo que ostentam – a ostentação da
propriedade, a consumolatria, o desespero para ser proprietário de coisas, de
exibi-las, de viver algo que aparenta, mas que, de fato, não se é.
O pensador
do século V, Agostinho – muitos o chamam de Santo Agostinho, um dos maiores
filósofos e teólogos da história -, proferiu a seguinte frase: “Não sacia a
fome quem lambe pão pintado”. Para se matar a fome não basta lamber a figura de
um pão, é preciso ir até ele.
E quantos
hoje não se contentam com um mundo superficial em que se procura saciedade a
partir daquilo que é mera imagem, mera representação, apenas uma simulação do
que seria a realidade?
A educação
tem que nos tirar dessa superficialidade.”
Texto de Mario Sergio Cortella
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