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Imagem da reflejosdeluz.net

sexta-feira, 4 de maio de 2018

UM DEUS DE BELEZA



Diz um autor russo, Pavel Florenskij, que “a verdade manifestada é o amor. O amor realizado é a beleza”. Esta frase diz-nos de um modo muito condensado que a beleza está profundamente ligada à natureza de Deus. Como nos diz São João, “Deus é amor” e o amor manifesta-se como beleza.
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Somos convidados a fazer da nossa vida um lugar de beleza, um lugar de espanto pelas maravilhas que o Senhor, o “Pastor Belo”, nos dá de graça a cada passo da nossa vida.
“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova”, diz Santo Agostinho, que faz uma profunda reflexão sobre a beleza e conclui que a razão de ser da alegria perfeita, do amor, do saborear profundo da vida, da união entre todos nós, numa palavra, de toda a beleza, é só Deus. Tudo o que existe vem de Deus Trino e é atraído por Ele. “Na Trindade encontra-se a fonte suprema de todas as coisas, a beleza perfeita, a alegria completa”. É esta beleza que nos atrai e nos inspira a fazermos o movimento de saída de nós em direção ao Pai.
A beleza verdadeira é aquela que nos atrai e faz passar das criaturas ao Criador, dos dons de Deus ao Deus de todos os dons, faz-nos ir “para além” do aqui e agora e atrai-nos para a nossa realidade mais profunda e completa, que é o abraço definitivo do Pai, a contemplação de Deus, o encontro amoroso que faz de nós filhos muito amados. A verdadeira beleza é aquela de um coração pacificado e encontrado. Esta brota da graça de Deus, morto e ressuscitado por cada um de nós.

(Marco Cunha, s.j.)

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