A primeira, olhando as estrelas, disse: “Eu quero ser cortada e que minhas tábuas se transformem no baú mais precioso do mundo, cheio de riquezas e tesouros".
A segunda olhou para um riacho que passava por ali e suspirou: “Eu quero ser transformada num navio para transportar reis e rainhas”.
A terceira árvore olhou para o grande vale que estava diante dela e disse: “Quero ficar em destaque no alto de uma montanha, de tal forma que as pessoas ao olharem pra mim, levantem seus olhos e pensem em Deus”.
Muitos anos se passaram e certo dia vieram lenhadores que cortaram as três árvores. Todas estavam ansiosas em serem transformadas naquilo que sonhavam. Mas, lenhadores não costumam ouvir e nem entender sonhos!... Que pena!
A primeira árvore acabou sendo transformada num coxo de animais, coberto de feno.
A segunda virou um simples e pequeno barco de pesca, carregando rudes pescadores todos os dias.
E a terceira, que sonhava ficar em destaque no alto de uma montanha, acabou sendo cortada em grossas vigas e colocada de lado num depósito.
E todas as três se perguntavam desiludidas e tristes: "Para que isso?"
Mas, numa certa noite, cheia de luz e estrelas, onde havia mil melodias no ar, uma jovem mulher colocou seu bebê recém-nascido naquele coxo de animais.
E, de repente, a primeira árvore percebeu que continha o maior e mais valioso tesouro do mundo (Lc 2:7).
A segunda árvore, anos mais tarde, transportou um homem que acabou dormindo no barquinho, mas quando uma terrível tempestade veio sobre o mar e estava a afundar o pequeno barco, o homem se levantou e com autoridade ordenou ao vento e ao mar: “Aquieta-te!”, e surpreendentemente fez-se grande bonança. E a segunda árvore entendeu que estava carregando o maior e mais poderoso Rei dos Céus e da Terra (Lc 8,22-25).
Tempos mais tarde, a terceira árvore espantou-se quando foi retirada do depósito e suas vigas foram unidas em forma de cruz, e um humilde nazareno foi pregado nela. Ela sentiu-se horrível e cruel, mas, no terceiro dia, o que fora crucificado nela, ressuscitou dentre os mortos, e a terceira árvore entendeu que nela havia sido pregado o Redentor da humanidade, e todos os que para ela olhassem se lembrariam daquele glorioso Salvador do mundo (Lc 23:33 e 24:1-9).
É interessante pensar que cada uma das árvores teve o que desejava, mas não da forma que sonhavam, suas realizações foram mil vezes melhores e mais sábias do que haviam imaginado.
Nós também, à semelhança das três árvores, não sabemos dos planos que Deus tem reservado para nós. Temos os nossos sonhos e nossos planos que, por vezes, não coincidem com os planos que Deus tem para nós; e, quase sempre, somos surpreendidos com a sua generosidade e misericórdia.
Quando as coisas não parecem estar acontecendo da maneira que gostamos ou esperamos, precisamos ter em mente que Deus tem planos maiores para a nossa vida. Nem sempre os caminhos traçados por Deus para nós são aqueles que nós almejamos, mas podemos ter certeza de que eles são os melhores! É importante compreendermos que tudo vem de Deus e crermos que podemos esperar Nele, pois Ele sabe muito bem o que é melhor para cada um de nós.
Uma feliz e verdadeira Páscoa e muitas felicidades.
(D.a.)