Dentro de nós existe um desejo imenso de escutar os
apelos de Deus, pois todos nós fomos feitos em Deus. Ele nos conhece
profundamente e sua voz ecoa em nós. Embora, às vezes, ouvimos apelos diferentes,
vozes diferentes e rumores que nos tiram da Criação.
Dentro de nós existe a semente de Deus, do eterno, do
divino. São coisas que fomos esquecendo e, quando olhamos no espelho, nos vemos
deformados, e olhamos para o mundo, para outras pessoas e os vemos deformados
nos valores, nos princípios.
Mas não foi assim que Deus nos pensou. Ele nos fez à
sua imagem e semelhança, portanto, quando Jesus diz que o semeador saiu a
semear, Ele fala de Deus Pai que não se cansa de lançar apelos.
As sementes são boas, estão potencialmente boas para
germinar. A Palavra de Deus é atual. Tem em si tudo e o suficiente para
produzir em nós algo maravilhoso. A semente do reino é a Palavra de Deus. Como
disse o Papa Emérito Bento XVI:
“Quem semeia no coração do homem é sempre e só o Senhor.
Só depois da sementeira abundante e generosa da Palavra de Deus é possível
aventurar-se pelas sendas do acompanhamento e da educação, da formação e do
discernimento. Tudo isto está vinculado àquela pequena semente, dom misterioso
da Providência celeste, que emana de si uma força extraordinária. Com efeito, é
a Palavra de Deus que, por si mesma, realiza eficazmente aquilo que diz e
deseja”.
O semeador lança sementes boas. O problema é como nós
nos abrimos para esta graça de Deus. Que encontre uma terra boa. Lembrem-se:
todos nós somos bons, nós podemos ser a terra boa.
A grande mensagem é que o Senhor não desiste nunca.
Ele continua a lançar sementes. E a grande meta de todo ser humano é procurar
ter um coração trabalhado, uma alma dócil, uma mente aberta aos apelos de Deus.
A pergunta é, no hoje de nossa história, como estamos
nos posicionando aos apelos de Deus? A essa pergunta temos que responder para
nós mesmos. Se nós nos tornamos terreno árido, peçamos o derramamento do
Espírito. Se somos terreno pedregoso devemos limpá-lo. Se estivermos mais para
um canteiro de espinhos, arranquemo-los. Lembremos o que diz o Senhor: “Assim
como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar
e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a
alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim
vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos
que pretendi, ao enviá-la” (Is 55,10-11).
A Palavra deve provocar decisão, mudança, acolhimento
ao Reino de Deus e seguimento de Jesus. Que o nosso coração esteja sempre
aberto para receber a Palavra de Deus.
Pe. Reginaldo Manzotti
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