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quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cristo Rei Menino [Ir. Lenice]



SOLENIDADE DE CRISTO REI (Domingo, 22/11/2009)
Irmã Lenice Echamendi – Comunidade Sto. Agostinho de Mapinhane
Moçambique


Neste domingo, a Igreja celebra a solenidade de Cristo Rei e, assim, encerra o Ano Litúrgico.
Por que encerrar o ano litúrgico, reconhecendo Cristo como Rei? Rei de quem? Quem são verdadeiramente os súditos desse Rei?
O conceito de rei designa aquele que exerce poder absoluto e o conceito de súdito designa aquele que obedece.
Mas será que Jesus Cristo, sendo Rei, exerce poder absoluto sobre nós? Acredito que não, pois Ele nos dá liberdade de reflexão e decisão. Não somos meros súditos, mas colaboradores do nosso Rei. Para reconhecermos Cristo, como Rei de nossa vida, é necessário primeiro deixá-lo reinar, deixar que Ele seja o Absoluto e não o último, ao qual recorremos para que nos ajude a sair dos problemas, que buscamos por conta da nossa liberdade mal administrada.
Como ser um súdito? Penso que a resposta está na dinâmica apresentada no ano litúrgico. Se a Igreja encerra o ano litúrgico, declarando Jesus Cristo como Rei, é natural que também o inicie igualmente, pois o primeiro domingo do advento (início do ano litúrgico) nos insere na preparação para o nascimento, o surgimento do Rei menino, rei não somente do povo judeu, mas de todo o universo. Jesus vem nos ensinar que um grande reinado começa na pequenez e na simplicidade de uma criança. E quem são os seus súditos, que se dobram aos seus pés para adorá-lo, senão os grandes reis sábios do seu tempo, os humildes pastores, os seus pais e até os animais? Aquele estábulo sagrado teria mesmo o aspecto de um rico palácio?
O nascimento do Rei menino é uma troca sagrada: o Rei menino que vai aprendendo com o humano a exercer o seu reinado e o humano aprendendo com o Rei a ser verdadeiramente humano. Para ser rei (grande) faz-se necessário ser servo (o menor entre todos). Celebrar a majestade de Jesus é celebrar a nossa servidão, não no sentido de escravidão, pois o escravo é cativo, mas como servos livres.
Só podemos declarar Jesus como nosso Rei, se realmente nos comportarmos como súditos, como servos fiéis.
Que a festa de Cristo Rei nos ajude a iniciar um novo ano litúrgico, reconhecendo e fazendo de Jesus o Rei soberano de nossa vida.
Se existem um rei e os seus súditos, também existe um reino. Qual é e onde está o Reino de Deus tão anunciado por Jesus? Reino este que se deixa levedar como o fermento e florescer frondosamente como a semente de mostarda?
Estamos já a viver nesse Reino ou ainda sonhamos com o reino encantado fruto da nossa imaginação? O Reino de Deus está presente entre nós, está aí no meio da diversidade de reinados: o da destruição, dominação, desigualdades... e nós, às vezes, nos perdemos, querendo servir a um e a outro, servir a dois ou mais senhores. O “Reino de Deus” é uma das entidades teológicas designadas como “já e ainda não”.
O advento traz consigo o espírito do Natal: solidariedade, gratuidade, reconciliação, partilha, reconhecimento, expressões de alegria, fé e amizade. E o que são todas essas expressões senão valores do Reino? Em outras palavras, são o grande tesouro que escondemos dentro de nós durante quase todo o ano, e como o despontar da primavera deixamos florescer especialmente no natal. Por que não viver esse espírito todo o ano e em todas nossas atitudes?
O Reino de Deus já está entre nós, mas ainda não estamos preparados para vivenciá-lo plenamente. Fiquemos, portanto, com a mensagem central do advento:

“Eis que vem o nosso Rei, Cristo Senhor,
que João anunciou como
o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.


VIVA O REI DO UNIVERSO!!!
VIVA O REI MENINO!!!
VIVA O REINO DE DEUS!!!


[imagem reflejosdeluz.net]

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