A Caridade,
segundo São Tomás, é o fruto mais importante. Pela caridade o Espírito Santo
nos faz semelhantes a Deus, que é amor. Ele é o Amor do Pai para com o Filho, e
do Filho para com Pai. Quando uma alma é cheia do fruto divino da Caridade, o
amor a transforma por completo. Assim acontece com os santos. A caridade nos
leva a amar o bem e detestar o mal. “Amarás a teu próximo como a ti mesmo” (Mt
22, 39). Para Santo Agostinho, “o amor ao próximo é como o princípio do amor a
Deus”. E “não há degrau mais seguro para subir ao amor de Deus que a caridade
do homem para com seus semelhantes”.
A Alegria
é estar sempre junto de Deus, que vence toda tristeza. A alegria é um fruto do
amor, pois quem ama se alegra por estar unido ao amado. Por isso, pôde São
Paulo dizer: “Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas
tribulações” (II Cor 7, 4). “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos”
(Fil 4,4).
A Paz
é o fruto de quem vive abandonado e obediente a Deus. São Tomás diz que “a
perfeição da alegria é a paz”. Mesmo nas tribulações, o cristão tem paz. Jesus
é o Príncipe da Paz e nos deixou a sua Paz. “Dou-vos a minha Paz…”
A Paciência
nos leva ao céu, pois vence as tribulações, as dificuldades, as tentações e
tudo que nos afasta de Deus. É virtude dos fortes, dos santos. Segundo Santa
Catarina de Sena, doutora da Igreja, a paciência é a “rainha posta na torre da
fortaleza, que vence sempre e nunca é vencida”. Jó venceu pela paciência; tendo
perdido as riquezas, os filhos e a saúde, continuava glorificando a Deus: “O
Senhor deu, o Senhor tirou: bendito seja o nome do Senhor!” (Jó 1,21). Não se
trata de uma espera passiva, mas de uma coragem que torna forte a alma. É como
Santa Mônica, que rezou, sem desanimar, por 20 anos, até ver a conversão do seu
Agostinho.
A Bondade
é a virtude que nos faz agir bem com todos, sem inveja nem discriminação. Ela
nos leva a fazer o bem a todos. “Fazer o bem sem olhar a quem”. E, como fazer o
bem, faz bem, ela nos faz feliz. A bondade nos leva a vencer também a preguiça,
pois desperta em nós a compaixão pelos que precisam de nós. A bondade nos faz
querer o bem, a benignidade nos leva a realizá-la.
A Mansidão nos
leva a dominar a raiva, a ira e o mal desejo de vingança, a suportar com
serenidade os males recebidos dos outros sempre com o desejo de perdoar como
Jesus mandou. Não é fácil perdoar. É preciso a ação do Espírito Santo em nós.
Nunca pagar o mal com o mal, mas com o bem. Amar os inimigos e abençoar os que
nos amaldiçoam.
O fruto da Fidelidade
nos ajuda a manter a palavra dada, cumprir as obrigações assumidas, os
contratos assinados, os votos feitos etc.
A Temperança
ou modéstia é o fruto que nos leva a ser moderados e prudentes em tudo o que
dizemos e fazemos. Faz-nos vigiar os nossos olhos, boca, risos, movimentos,
roupa, tudo! e vencer as paixões desordenadas.
Santo Agostinho recomenda
particular cuidado com a modéstia exterior, que tanto pode edificar
quanto escandalizar os outros. A castidade nos refreia em relação ao que
é ilícito, e a continência ao que é lícito. A alma que produz o fruto da
castidade torna-se angélica, dizem os santos. O casto já antegoza o Céu na
terra. A continência fortalece a vontade para resistir às
concupiscências desordenadas. “Os que fazem tudo que é permitido acabarão por
fazer o que não é permitido”.
Enfim, assim como o ferro
no fogo, aos poucos, brilha como a chama, também a alma repleta do Espírito
Santo se torna semelhante a Ele.
Prof. Felipe Aquino