Como é a oração no Evangelho daqueles
que conseguem obter do Senhor aquilo que pedem? Desta pergunta, partiu a
reflexão do Papa na homilia da missa celebrada na sexta-feira (12/01/2017), na
Casa Santa Marta.
O Evangelho de Marcos, tanto ontem como
hoje, fala de duas curas: a do leproso e a do paralítico. Ambos rezam para
obter a cura, ambos o fazem com fé: o leproso, destacou o Papa, desafia Jesus
com coragem, dizendo: “Se queres, tens o poder de curar-me!”. E a resposta do
Senhor é imediata: “Eu quero”. Portanto, tudo é possível para quem crê, como
ensina o Evangelho.
Sempre, quando nos aproximamos do
Senhor para pedir algo, deve-se partir da fé e fazê-lo na fé: “Eu tenho fé que
tu podes curar-me, eu creio que tu podes fazer isto” e ter a coragem de
desafiá-lo, como este leproso de ontem, este homem de hoje, este paralítico de
hoje. A oração na fé.
O Evangelho nos leva, portanto, a
interrogarmo-nos sobre nosso modo de rezar. Não o fazemos como “papagaios” e
“sem interesse” naquilo que pedimos, mas ao contrário, sugere o Papa,
suplicamos ao Senhor que “ajude a nossa pouca fé” também diante das
dificuldades.
De fato, são muitos os episódios do
Evangelho em que aproximar-se do Senhor é difícil para quem se encontra em
dificuldades e isso serve de exemplo para cada um de nós.
O paralítico, no Evangelho de hoje de
Marcos, por exemplo, vem até mesmo baixado do teto para que sua maca chegue até
o Senhor que está pregando entre a multidão. “A vontade leva a encontrar uma
solução”, destacou Francisco, faz “ir além das dificuldades”.
Coragem para lutar e chegar ao Senhor.
Coragem para ter fé, no início: “Se tu queres, tens o poder de curar-me. Se tu
quiseres, eu creio”. E coragem para aproximar-me do Senhor, quando existem
tantas dificuldades. Aquela coragem… Muitas vezes, é preciso paciência e saber
esperar os tempos, mas não desistir, ir sempre em frente. Mas se eu com fé me
aproximo do Senhor e digo: “Mas se queres, podes me dar esta graça” e depois
mas… como a graça depois de três dias não veio, então uma outra coisa… e me
esqueço. Coragem.
Se a oração não é corajosa, não é
cristã.
Santa Mônica, mãe de Agostinho, rezou e
“chorou muito” pela conversão do seu filho e conseguiu obtê-la. Então, o Papa a
coloca entre os tantos Santos que tiveram grande coragem em sua fé. Coragem
“para desafiar o Senhor”, coragem para “acreditar”, mesmo que não se obtenha
logo o que se pede, porque na “oração se joga tudo” e “se a oração não é
corajosa, não é cristã”.
A oração cristã nasce da fé em Jesus e
segue sempre com a fé, para além das dificuldades. Uma frase para trazê-la hoje
no nosso coração nos ajudará, do nosso pai Abraão, a quem foi prometida a
herança, isto é, ter um filho aos 100 anos. Diz o apóstolo Paulo: “Creiam” e
com isto foi justificado. A fé e “se colocou em caminho”: fé e fazer de tudo
para chegar àquela graça que estou pedindo. O Senhor nos disse: “Peçam e vos
será dado”. Tomemos também esta Palavra e tenhamos confiança, mas sempre com fé
e acreditando. Esta é a coragem que tem a oração cristã. Se uma oração não é
corajosa, não é cristã.
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