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sexta-feira, 31 de julho de 2009

O poder de Deus é a misericórdia!

VATICANO - “Ave Maria” de dom Luciano Alimandi - O poder de Deus é a misericórdia!
Cidade do Vaticano (Agência Fides)

“Uma oração romana, relacionada ao o texto do livro da Sapienza, diz: ‘Tu, Deus, mostra a tua onipotência no perdão e na misericórdia’. O auge da força de Deus é a misericórdia, é o perdão. No nosso atual conceito mundial de poder, pensamos em alguém que tem grandes propriedades, que tem algo a acrescentar à economia, dispõe de capital para influenciar o mundo do mercado. Pensamos em alguém que tem poder militar, que pode ameaçar.
A pergunta de Stalin: ‘Quantas divisões tem o Papa?’ ainda caracteriza a ideia mediana de poder. Tem poder quem pode ser perigosos, quem pode ameaçar, quem pode destruir, quem tem em mãos muitas coisas do mundo. Mas a Revelação nos disse: “Não é assim; o verdadeiro poder é o poder da graça e da misericórdia. Na misericórdia, Deus mostra o verdadeiro poder” (Bento XVI, homilia em Aosta, 25 de julho de 2009).
O Santo Padre Bento XVI, com essas palavras pronunciadas na homilia realizada recentemente pela celebração das Vésperas na Catedral de Aosta, abre uma “janela” para a maravilhosa verdade da misericórdia divina, afirmando que é, em si mesma, “o verdadeiro poder” de Deus!
O nosso tempo parece ter uma necessidade especial de ouvir falar da misericórdia divina em termos de “poder”, a partir do momento que cada época é marcada por uma irrefreável corrida pelo poder, que envolve o homem como indivíduo e como coletividade.
O poder exerce no coração do homem, desde o pecado original, uma atração irresistível para os que se deixam enganar pelo seu fascínio, presas não mais do desejo de “pequenez”, mas sim pelo desenfreado desejo de grandeza. Uma grandeza a ser alcançada a qualquer custo e por todos os meios.
Deus criou o homem para grandes coisas, dando-lhe uma dignidade extraordinária mas, ao mesmo tempo, determinado por ele, um caminho de glória que passa através da humildade, para dar espaço a Deus. O mundo, ao contrário, “prega” uma grandeza humana a ser alcançada através do “poder”, um poder que “infla”, alimentando o orgulho que “esmaga” os mais fracos.
O Evangelho anuncia, como lembra o Santo Padre, um “poder” que tira a sua força não de baixo, das coisas da terra, mas do alto, isto é, de Deus, que nos enviou o seu Filho Jesus para nos ensinar e dar a misericórdia!
Se o homem quer encontrar Deus, se quer descobrir onde mora e como age, então, o caminho é um só e se chama Jesus, porque Jesus é a misericórdia do Padre que se tornou visível ao homem: do nascimento em Belém até a morte e ressurreição em Jerusalém!
Toda a vida do Senhor Jesus é manifestação desse Amor infinito de Deus que, para derrotar o maior poder aqui embaixo, o poder do Maligno, por ele chamado “príncipe deste mundo” (Jo 12, 31), deixou-se crucificar.
A esse propósito, cabe voltar às palavras do Santo Padre da homilia mencionada: “esse é o acontecimento da Cruz: a partir desse momento, contra o oceano do mal, existe um rio infinito e, por isso, sempre maior do que todas as injustiças do mundo, um rio de bondade, de verdade, de amor. Assim, Deus perdoa transformando o mundo e entrando no nosso mundo para que haja realmente uma força, um rio de bem maior do que todo o mal que existe… Esse Deus convida-nos a estar ao seu lado, a sair do oceano do mal, do ódio, da violência, do egoísmo e a nos identificarmos, entrar no rio do seu amor” (Bento XVI, 25 de julho de 2009).
A misericórdia é o amor que se deixa ferir pelo pecado do homem para recuperá-lo, é a infinita capacidade de Deus de perdoar a rebelião das suas criaturas porque as ama com um Amor que é mais forte do que todo mal e toda morte.
Deus quer nos dar esse mesmo “poder da graça e da misericórdia” por meio de uma autêntica comunhão de vida com o seu Filho Jesus. N’Ele também nos tornamos “poderosos”, somos “elevados” além dos poderes do mal e dos cúmplices desse mal que o Senhor chama, referindo-se à discórdia presente no mundo, “os filhos do maligno” (cfr. Mt 13, 38). Com o seu poder de graça Jesus nos livra, de fato, da rede tecida incansavelmente pelo mal e os envolve com a sua misericórdia para nos proteger do nosso egoísmo. Jesus exerce esse poder divino, especialmente, através dos sacramentos, especialmente por meio da Eucaristia e da Reconciliação. Nós podemos continuamente atingir essas duas fontes inesgotáveis de graça que estão no coração da Igreja e que estão constantemente abertas para todos. Já o profeta Isaías vaticinou o que se realizou plenamente em Cristo Jesus: “todos vós, que estais sedentos, vinde à nascente das águas, quem não tem dinheiro venha do mesmo jeito; vinde comprar e comer sem dinheiro vinho e leite. Por que despender vosso dinheiro naquilo que não alimenta, e o produto de vosso trabalho naquilo que não sacia? Escutai-me e comereis coisas boas e provareis alimentos suculentos. Prestai-me atenção, e vinde a mim, escutai e vós vivereis” (Is 55, 1-3)
A Virgem Maria nos lembra que existe um poder de graça e de misericórdia que é gratuito e posto à disposição de cada fiel em Cristo. Basta ir na direção d’Ele, com a confiança do coração, a mesma confiança que precisamente a Nossa Senhora, mais do que qualquer outro, pode e quer nos ensinar. Ela, de fato, viveu-a perfeitamente e Deus concedeu-lhe distribuí-la de mãos cheias a todos os seus filhos. A confiança que a Mãe nossa quer nos transmitir abre as portas da misericórdia divina, porque é uma confiança humilde, tão simples, aprendida na melhor escola! (Agência Fides 29/7/2009)
Fonte: http://www.fides.org

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